terça-feira, 21 de agosto de 2007

O ano de Lampião e Lancelote

Resumo do Cenário

Em 2007, a maior parte da crítica especializada e todos os júris nacionais de literatura infantil e juvenil reconheceu os trunfos e o triunfo de Lampião e Lancelote, obra do escritor e ilustrador Fernando Vilela publicado pela Cosac Naify. O livro é, de fato, um objeto especial de grandes proporções (35 x 24 cm), capa dura com hot stamp e 28 ilustrações realizadas em xilogravura e carimbos, embalando cadências de repente nordestino e a prosa das novelas de cavalaria com cores de prata e cobre. A urdidura póetica é única pelos caminhos que se cruzam da palavra à imagem e desta à outra, da mescla visualmente codificada ao enraizamento e entrosamento dos gêneros literários, pois "medievais são os cordéis, com os menestréis contadores de histórias, arautos das sagas dos heróis. Feliz é o resultado desta fusão", escreve Isis Valéria Gomes, votante e membro do Conselho Diretor da FNLIJ, no boletim Notícias 6 (julho de 2007).

As boas novas começaram a se espalhar a partir de março, rumo à Bologna Children's Book Fair, através da nomeação para receber Menção Honrosa do Bologna Ragazzi Award 2007, na categoria New Horizons. Os membros do júri, Antonio Faeti, professor de História da Literatura para Infância da Universidade de Bologna, Matteo Bologna (Mucca Design, Nova York, EUA) e Martin Salisbury (Cambridge School of Art, Grã-Bretanha) justificaram sua escolha, afirmando que:

"O livro de Fernando Vilela, Lampião & Lancelote, publicado pela Cosac Naify, ecoa um universo amplo. Em primeiro lugar, e sobretudo, ele combina várias técnicas e culturas de maneira a tornar-se fiel à esplêndida definição de Lewis Munford. As técnicas combinadas da gravura em madeira, revestimento em bronze e filigranas em prata fazem alusão à Galáxia de Gutenberg, cujos artistas-tipógrafos costumavam combinar uma vasta gama de técnicas. A fúria da batalha, as paisagens onde árvores e arbustos parecem criar vida, a aparição, aqui e ali, de rostos humanos lembrando o mítico Lampião, as armas e os uniformes espalhados ao acaso, tudo isso fala de História e de estória humana – e ainda de ficção, por meio de referências a Borges. Este é um livro de sonhos para encorajar a sonhar; um livro onde as colinas são de bronze e a cavalaria dos antigos poemas épicos respira o aroma dos afrescos italianos." (Imprensa Cosac Naify, 6 de mar. 2007 - Vanessa Gonçalves)


Em maio, no Rio de Janeiro, Lampião e Lancelote também foi o grande destaque da premiação concedida pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, conquistando quatro prêmios nas categorias de Melhor Livro de Poesia, Melhor Projeto Editorial, Melhor Ilustração e Escritor Revelação, além da láurea "Altamente Recomendável". Confirmando, mais uma vez, a excelência do trabalho de Fernando Vilela, o 49º Prêmio Jabuti, promovido pela Câmara Brasileira do Livro, concede à obra um duplo primeiro lugar, como Melhor Ilustração e Melhor Livro Infantil, mais o segundo lugar para Melhor Capa, realizada por Luciana Facchini.

* Imagens extraídas da entrevista de Fernando Vilela a Julia Bussius.
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